Não sei o porque (aliás, bem sei), mas tenho pensado repetidamente em desistir, em abandonar tudo. M’enfuir.
Sem fingir, nem explicar ou mentir.
O fato é que cada vez menos tenho projetos (leia-se sonhos) e os poucos que me restam não parecem valer tanta agonia.
Não quero, não posso, não aguento mais – bate o desespero.
Reconheço que minha alma pobre, fraca e raquítica ainda luta.
Envergonha-se em ter que a derrota assumir. E, embora cercada por todos os lados, busca uma brecha.
Infeliz, recusa-se a pedir arrego.
Mas agora já não dá mais pra conter.
Aquela alma inocente que um dia imaginou-se intocável rende-se a coisas pequenas, perante as quais sente-se tão humanamente frágil.
Passo em seguida a um momento de introspecção.
Duvido de tudo. Em nenhum sentimento creio. Derrubo as bases sólidas que minhas fantasiosas esperanças construíram.
Me olho no espelho. Vejo um imenso entulho – lixo? Me apavoro. Choro. Imploro:
Por favor, tende piedade.
Eu não sei quem pode me ajudar. Não sei nem mesmo se há alguém que pode, ou se quero. Tenho certeza apenas que gostaria de desistir – de mim.
“Mas não podes, Filha, não deves".